ATENDIMENTO PRIORITÁRIO

ATENDIMENTO PRIORITÁRIO

 

Há pouco tempo acompanhei os relatos jornalísticos acerca de um grave acidente ocorrido no Estado de São Paulo, em consequência de incêndio iniciado às margens de uma rodovia. O grande volume de fumaça impediu a visibilidade dos motoristas, o que gerou colisões entre 36 veículos, incêndios, muita gente ferida e duas mortes. Com tantos feridos para atender ao mesmo tempo, a equipe de socorristas estabeleceu prioridades para o atendimento: três lonas, com cores diferentes, foram colocadas sobre o asfalto e, a partir desta classificação, passaram a atender prioritariamente os casos muito graves, em seguida os casos graves e, por fim, assistiram os casos menos preocupantes. Esta classificação de risco também define o atendimento hospitalar.

Nossa Igreja, por vezes, se assemelha ao cenário descrito acima. Após os acidentes sofridos nas estradas da vida, muita gente ferida chega aqui necessitando de atendimento cuidadoso e remédios eficazes. Todos são importantes para a Igreja de Cristo, mas há diferentes níveis de urgência entre estes. Todos são amados e lembrados em oração pelos pastores que Deus levantou entre nós, mas não é possível que estes pastores atendam todos como se estivessem numa área de emergência hospitalar. É preciso entender cada caso e buscar sabedoria em Deus para que haja identificação do atendimento que deve ser prioridade.

O atendimento prioritário deve ser disponibilizado para aqueles que correm risco imediato de morte. Casos gravíssimos, que envolvem a possibilidade de divórcio, a dissolução de uma congregação, o abandono da Igreja por parte de um membro ou a morte de alguém que não ouviu com clareza acerca da mensagem do Evangelho são exemplos do nosso dia a dia que ilustram a necessidade de estabelecermos prioridades no atendimento pastoral. Portanto, quando um membro não é atendido por um pastor no tempo desejado, certamente ele está envolvido com outro atendimento, que pode acontecer inclusive em outra cidade, visto que mantemos congregações em outras quatro cidades, das quais duas estão distantes de Divinópolis mais de 150 quilômetros.

Os pastores são, segundo Efésios 4:12, responsáveis por trabalhar em prol do “aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do Corpo de Cristo”. Todos os santos, isto é, todos os crentes têm um lugar na Igreja, um serviço de valor a desenvolver e devem atender os outros em suas necessidades. A mutualidade é indispensável ao crescimento saudável de qualquer Igreja, especialmente naquelas Igrejas que crescem numericamente acima da média, como é o caso da nossa Igreja. Caso contrário, passaremos a admitir o clericalismo próprio de outros grupos religiosos e transformaremos nossos pastores em sacerdotes, sem os quais inexiste vida espiritual. Por não ser bíblica esta prática, devemos rejeitá-la com veemência, exatamente como os batistas têm feito em sua história.

As limitações humanas dos nossos pastores associadas à agenda ministerial intensa, impedem tais obreiros de participarem de todos os eventos, todos os cultos que acontecem em locais e horários diversos, realizarem todas as visitas que gostariam de fazer e atender às expectativas de cada pessoa que compõe este crescente rebanho do Senhor. É preciso priorizar aquilo que serve para a edificação de todos e, no plano individual, priorizar os que necessitam de atendimento emergencial.

Atendimento prioritário não significa que alguém é privilegiado. Pelo contrário, significa que qualquer membro da nossa Igreja será priorizado no cuidado pastoral se o seu caso é emergencial. Este é o compromisso firmado por nossos pastores diante de Deus. Conte com os obreiros que o Senhor tem levantado e a nossa Igreja tem autorizado a trabalhar para que “seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.” (Efésios 4:15,16).

 

Pr. Tarcísio Farias Guimarães

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